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Foto do escritorascharcow

Se reinventando aos 50, mas 50 anos não é o inicio do fim da vida? O declínio? Deveríamos estar curtindo a vida e usufruindo de nossas conquistas?

Ai depende, depende de sua condição socioeconômica.





Se espera (vamos deixar claro que a sociedade espera) chegar a esta idade com a vida ganha (para sermos uma consumidora em potencial) como dizem por ai, mas pra inicio de conversa o que é vida ganha? O que me vem a mente agora e o que ouço por ai seria mais ou menos isso, ter uma casa na cidade, uma na praia ou alugar em lugar exótico pelo airbnb, um bom carro, ser bem sucedida profissionalmente, se presentear com bolsas caras (pois afinal merecemos né, dizem...) os filho encaminhados (esta é a parte que mais acho engraçado, encaminhados pra onde?), ah e um bom valor na conta para os procedimentos, personal, suplementos, pois a sociedade exige uma velha bem cuidada! E bem resolvidas emocionalmente é claro. ( e aqui entre parênteses pois não é sobre isso que vou falar, na maioria das vezes são casadas com homens b....)


Vivemos em bolhas, e dentro de cada bolha há suas exigências, ao qual muitas vezes seguimos as regras sem questionar, sem consciência, apenas seguimos. Cansadas, exaustas, mas achamos que assim é que é, e só seguimos.


Quantas de nós chegamos a esta idade querendo fazer uma revolução na vida, nossa voz interior grita por mudanças mas somos arrebatadas pelo que vem do externo e nos sentimos sem coragem pois o julgamento aparece. O julgamento externo vem da família, das amigas, das vizinhas,...mas também é interno pois não conseguimos cumprir com nossa missão de chegar plena aos 50, nos sentimos fracassadas, será?


E as mulheres que sequer tem uma oportunidade para fazer diferente, pois a vida as engole, tem que se sustentar e sustentar aos seus. E a realidade é que a grande maioria das mulheres chegam a esta idade sem nenhuma condição socioeconômica para mudar sua vida, elas sobrevivem por elas e pela família, sem ter tempo para sequer pensar o que querem, quem são.

E junto com este sistema que não proporciona o mínimo de uma condição de vida digna, principalmente para mulheres, somos esmagadas pelo patriarcado e seguimos sua cartilha, seja por falta de consciência, seja por necessidade, esta é nossa sociedade hipócrita,( pois o patriarcado é estrutural e também vem de mulheres) mesmo lutando pelos direitos das mulheres ainda estamos muito longe de um revolução. (acho eu, mas espero estar errada)


Deveríamos estar nos reinventando durante toda a vida, somos plural, temos muito a explorar em nós mesmas e não ser exploradas pelos outros, pelo sistema, pelo patriarcado, pelo o que eles dizem o que é bom pra nós.

Sim deveríamos estar curtindo a vida e usufruindo de nossas conquistas, da forma que quisermos, não porque chegamos aos 50, mas porque temos o direito, mas ninguém nos contou isso e não nos dão espaço.

Mas qual é realmente nosso desejo? Sabemos de fato, ou só seguimos a manada como dá!

Mulheres, todas temos o direito de fazermos o que quisermos, nos reinventarmos a hora que quisermos, só que não, nem todas, em sua grande maioria não tem esta opção!


E 50 mais não é declínio, (odeio esta palavra), sim o corpo modifica, mas o encontro de alma que começamos a ter com nós mesmas é grandioso, só vivendo para saber!

Viva os 20, 30, 40, 50, 60, 70... viva da forma que for possível, se reinventando sempre, a vida não acaba após aos 50, é simplesmente uma fase onde amadurecemos literalmente o corpo, a mente e as emoções.


E este julgamento que vem das mulheres sobre as mulheres 50 mais que mudam suas vidas nesta idade deveriam ser repensados, e nem sempre ou quase uma parcela muito pequena chega a esta idade com uma condição socioeconômica que lhe proporcione seguir o caminho que traçou pra si lá com 20 anos. Mas já pararam pra pensar que tirando a parte financeira,( como se fosse fácil tirar né) de ter que trabalhar em trabalhos exploratórios, esta guinada que a vida dá nos levando a outros rumos, experimentos, autoconhecimento, descobertas...se reinvente, sempre, da forma que der, a vida é caminhar, conquistar, usufruir, curtir, ou deveria ser para todas!


Abraço carinhoso e acolhedor,

Andréia



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